Quando estou pronto a desistir
Pensando que cheguei ao fim
A Tua Mão me sustenta
A Tua Voz me orienta
Dizendo: “Não temas, Meu filho não temas
Não temas, Meu filho não temas
Eu te levanto, Eu te ajudo
Eu te fortaleço, Meu filho não temas…”.
Quando escuto esta canção pareço ouvir a voz do meu Deus a me dizer: Ediomare, minha filha, não temas! Sou Eu quem te levanta, sou Eu quem te ajuda, sou Eu quem te fortalece. Minha filha, não temas! Embora sejam palavras encorajadoras, nem sempre permito que elas me invadam e levem embora o meu temor. Na realidade, muitas vezes ouço-as, mas não as deixo agir e, assim, permaneço amedrontada, abatida e desanimada.
Segundo as Escrituras, muitos, grandes homens e mulheres de Deus, durante a Sua caminhada de fé, foram tomados pelo medo e agiram como fracos e covardes. Adão, Sara, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Gideão, Saul, o sacerdote Aimeleque (citado como aquele que, em certa ocasião não apenas temeu, mas tremeu de medo), Davi, Jó, Neemias (modelo de liderança e ousadia para todos nós), Pedro e os demais discípulos de Cristo, todos, segundo registros bíblicos, em algum momento de suas vidas deixaram-se dominar pelo medo. Como eu, como você e como o profeta Elias que tanto tem a nos ensinar a respeito do Deus que levanta, ajuda, fortalece e nos diz: “Meu filho, não temas!”
Eu não sei se você lembra a história, mas o profeta Elias foi um grande homem de Deus. Através de sua vida, o Todo-Poderoso revelou a Sua glória e poder há um povo confuso e infiel que oscilava entre seguir a Deus e a baal. Certa vez Elias os confrontou:
‘Até quando vocês vão oscilar para um lado e para o outro? Se o Senhor é Deus, sigam-no; mas, se Baal é Deus, sigam-no’. O povo, porém, nada respondeu.” (1Rs 18.21) Diante da hesitação, o profeta solitário destemidamente lança um desafio àquela multidão convidando os 450 profetas de baal, a quem eles reverenciavam, para uma cerimônia na qual deveriam invocar seu deus, enquanto ele clamaria pelo Senhor. Aquele que respondesse aos clamores com fogo para queimar o holocausto (embebido em água) posto sobre os altares revelaria ser o único e verdadeiro Deus (1Rs 18.22-24).
A ousadia e destemor do profeta parecia não ter limites: enquanto os profetas de baal clamavam, Elias zombava de suas tentativas que incluíam, por exemplo, retalhar-se para chamar a atenção de seu deus fazendo-o enviar fogo. Todavia, o fogo não veio e os falsos profetas foram humilhados sofrendo uma grande derrota diante de toda a multidão que, logo em seguida, contemplou a resposta imediata à oração de Elias. O Senhor enviou fogo que queimou, não somente a oferta colocada sobre o altar encharcado de água, mas até mesmo as pedras que ali estavam. O povo que presenciou a cena convenceu-se da natureza de Deus e matou os profetas pagãos que haviam-no levado a desviar-se e a praticar o que era repugnante ao seu Senhor.Apesar de tão grande manifestação do poder de Deus, a rainha Jezabel, irritada pela morte dos profetas de baal, mandou a seguinte ameaça a Elias:
“Que os deuses me castiguem com todo o rigor se amanhã nesta hora eu não fizer com a sua vida o que você fez com as deles.” (1Rs 19.2) e, então, narra as Escrituras, algo surpreendente aconteceu: “Elias teve medo e fugiu para salvar a vida.” (1Rs 19.3) “Totalmente desanimado, Elias fugiu até o monte Horebe, onde pediu que Deus lhe tirasse a vida (19.4).
“O ministério de Elias fora um ministério de milagres, de fogo e da espada. Provocara uma seca rigorosa, fora sustentado por corvos e por um jarro de farinha e uma botija de azeite que nunca se acabavam, ressuscitara um morto, fizera descer fogo dos céus, matara os profetas de baal e trouxera as chuvas de volta à terra.” (Halley, p.201). Todavia, diante da ameaça e da situação adversa que se levantara contra ele, Elias, revelando ser também humano como nós, temeu e fugiu.
É tão fácil nos indignarmos com a covardia do profeta que, diante da adversidade, esqueceu-se de todos os milagres e intervenções divinas já experienciadas em sua vida ou mesmo através dela. Ao mesmo tempo, é difícil demais reconhecer que normalmente, agimos como ele.
Quantos milagres, meu irmão, minha irmã? Quantas bênçãos inimagináveis? Quantos livramentos e respostas de oração? Quantos? Basta analisarmos nosso passado e veremos muitos. Mas, o que fazemos? Normalmente, quando nos sentimos ameaçados, deixamos o medo nos dominar e, rapidamente nos esquecemos quem é o nosso Deus – Deus que cuida de nós e nos sustenta. Sim, Ele é o mesmo Deus que enviou um anjo ao encontro do profeta temeroso e abatido e lhe disse: “Levante-se e coma” (1Rs 19.5). Em pleno deserto, Elias contemplou ao seu lado pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se de novo. E novamente o anjo do Senhor o tocou ordenando-lhe: ‘Levante-se e coma, pois a sua viagem será muito longa’. Fortalecido com aquela comida, Elias viajou quarenta dias e quarenta noites, até chegar a Horebe, o monte de Deus. (1 Rs 19.7,8)
Maravilhoso, não? Diante da hesitação, da covardia e da fraqueza, Deus não agiu como nós costumamos agir com os fracos e temerosos. Ao contrário, veio ao encontro do profeta disposto a ouvir suas dúvidas e temores (1Rs 19.10,14). Ajudou-lhe em sua fraqueza fortalecendo-lhe com alimento e água (1Rs 19.6,8). Como se não bastasse, ainda confiou-lhe uma nova missão, enviando-o como instrumento Seu (1Rs 19.15,16).
Que lembrança! Deus está atento às nossas fraquezas e limites e, ainda assim, não nos abandona. Quando temer ou falhar, não seja mais duro do que o próprio Deus com você mesmo. Tão somente traga à memória o que pode te dar esperança. Recorde quem é o Seu Deus, Deus tremendo, Deus de poder, Glorioso, Incomparável que não se detém em vir te ajudar em tua fraqueza, tomando-te pela mão, sustentando-te e ungindo-te para que você prossiga sem temer.
Senhor, tremendo és
És deus de poder, glorioso, incomparável
Sem ti nada sou, nada posso fazer
Espero em ti, és a razão do meu viver
Quero estar firmado na rocha
Me colocar dependente de ti
Sem tua presença eu não posso caminhar
Sem tua presença me recuso a prosseguir
Vem senhor e me toma pela mão
Vem senhor me sustenta com o teu poder
Derrama sobre mim a tua unção
Enche-me de ti, porque contigo eu sei
Não há o que temer